sábado, 24 de outubro de 2015

" Sei quem fui, não sei quem sou. "


Sou fragmento de ti.

Dor que arde,
amor que falhou,
assim sou eu,
como um navio que tanto navegou
e, mesmo antes de chegar ao fim, naufragou...


Sou memória de um passado.

História ultrapassada,
um céu sem cor,
sol sem calor,
assim sou eu,
ferida que lascou,
que, nem mesmo o tempo sarou...


Já nada me pertence.

Nem tu, nem eu.
Nem esse amor,
que me fez gritar por ti ao vento,
perder o alento,
para que chegasse o momento,
em que tu voltasses,

mas hoje...,



..., prefiro a própria morte, 
do que viver assim, este amor virado do avesso...
Não quero ser mais personagem desse enredo ao qual sei que já não pertenço. 








FábioPinto





sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Um novo amor...

Rasguei-te de mim,
teu nome,
teu olhar,
teu sorriso.

" Arranquei meu coração ",
para te poder esquecer,  mas dói ainda.
Desejei não desejar-te, onde amar-te foi castigo.
Por ti quis morrer,
mas hoje sem ti floresci...

...


Meu ser,
meu corpo,
minha pele,
meu olhar,
meu sorriso,
minha alma outrora negra,
hoje renasceu.

Já não sou quem fui,
o que fui, já era, já foi, e hoje...,

...,

hoje sou a realidade de um passado,
desse amor, onde saí magoado.

Sinto o que nunca senti, sonho com quem não quis sonhar.
Amo quem não quis amar, e hoje é essa a razão do meu despertar.




(Dedicado à minha amiga Maria Nobre)


FábioPinto






domingo, 18 de outubro de 2015

Até já...

Há dores que ficam para sempre, que nos acompanham diariamente, que nos torturam, e não esmorecem.

Dói tanto, quando alguém parte, e nós ficamos por cá, sem saber como será o dia de amanhã, sem saber como será sem ver esse alguém que partiu, alguém que víamos diariamente e de repente, não vemos mais. 

O tempo, pode andar, correr ou até mesmo voar, e por mais que nos digam que a dor irá desaparecer, não desaparece mantêm-se, e é de tal forma violenta que tal como uma planta cria raízes no solo para sobreviver, essa dor cria raízes em nós e sobrevive.

Dói quando um filho perde um dos pais, mas dói mais ainda quando os pais perdem um filho, e não imagino e acredito que não haja dor maior que essa.

Nada para além da morte é garantido, por vezes ela vem e " ataca " e de um momento para o outro, deixamos de existir e ai até mesmo a morte deixa de ser garantida, porque se encarregou de garantir o garantido.

Dizem que a vida são dois dias e que um desses dias já passou, e o outro está a passar.
Não sei, mas houve alturas em que duvidei, e até achei cliché, mas hoje posso dizer,  que o maior de todos os clichés, é num dia estarmos por cá, e no dia seguinte, já não.

Tinhas tanto ainda para viver, e viveste o mais que pudeste, e sei, sei que foste feliz enquanto viveste.

Agora só me resta dizer, que não é um adeus, mas um até já.
 

Descansa em paz Diogo Andrade.


( Não éramos amigos chegados, mas ainda convivemos um bom bocado)




FábioPinto



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

" Não dói simplesmente por doer "

Não basta pedir perdão!


" Caminhei,
perdido por entre a luz e a sombra.
Deixei meu corpo por aí,
sem rumo.
Meu coração, frio e " morto ".
Minha pele, que já não era minha, servindo apenas como marca para que não me perdesse por entre a luz e a sombra.




Agora sei,
sei que não foi suficiente teu perdão,
a voz interior era tão alta,
que eu desejei,
que tu,
tu me amasses de novo.

Mas hoje...
...hoje desejei, não te ter desejado. "



FábioPinto