quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

" vamos ser só o agora! "

Quem sou eu, quando realmente não sei quem sou? O que sou se não sei o que sou?  

Posso ser tudo agora como, no instante a seguir poderei não ser nada. 

Azul como o céu, vermelho como o sangue e verde como a natureza...

Serei apenas um corpo? 
Um saco de ossos, músculos e carne?  
Turbilhão de emoções, que disparam para todo o lado a qualquer hora, atingindo tudo e todos?  
Raio de sol ou luar? Sol ou lua?  
Que raios sou eu?  

Luz ou sombra?  
Preto ou branco?  
Ou serei de todas as cores?  

Anjo ou demónio?  

O que sou eu?  

Amor ou Ódio?  
Fogo ou gelo?  
Calor ou frio?
Sou certeza ou dúvida? 
Deserto ou cidade?  

Não sei quem sou ou o que sou. 

Vida ou morte?  Dois extremos que de extremos nada tem. Posso ser tudo,  tudo ou nada. 

(...)

Sou vida que em ti morre a quando por ti me apaixonei, a teu lado sou tudo e nada. Sou cidade deserta em que o único habitante és tu, tu que roubaste o meu coração.  Sou a tua dúvida na certeza, o fogo que te derrete o gelo,  o calor que te aqueçe o frio que te enlouquece, sou ódio quando não estás e me deixas logo pela manhã, quando sais amor.
Sou o anjo que desencadeia o demónio que em ti dorme nas nossas noites selvagens de amor em que partilhamos nossos corpos, aqueles sacos de ossos, músculos e carne, carregados de turbilhões de emoções, sou o preto da caneta que escreve em ti, páginas brancas do livro da nossa história e vice-versa, mas quando partilhamos os lençóis somos de todas as cores.
Sou a luz que te ilumina na escuridão quando eu mesmo te arrasto para lá. Sou o teu raio de sol e luar que te faz pestanejar todas as manhãs com o toque suave dos lábios sobre teus olhos ainda fechados e tão delicados. Sou eu o teu sol, minha lua.
E não, não somos apenas corpos, somos muito mais que isso.
Sou o vermelho do sangue que te corre nas veias, o azul do teu céu e o verde da tua natureza.
Sou o bater do teu coração e tu do meu.
Vês,  posso ser tudo agora como no instante a seguir poderei não ser nada...

...por isso meu amor, vamos ser só o agora!




FábioPinto




" Será assim... "

Sinto o chão a abrir sobre meus pés, o mundo a desabafar e, eu impune.

De mãos atadas, sem força nos braços e nas pernas para me manter em pé e, lutar, lutar contra o mundo e,  contra mim mesmo.

Quero sair da escuridão, não me quero perder novamente nesse olhar que me fez perder.

Sair desta loucura que me prende, me devora.

Não quero um retorno de tudo aquilo que me fez mal, não me quero iludir num paraíso, que de paraíso nada tem. 

Apenas quero a realidade que por mais dura, nua e crua possa ser.
Porque aí sei que estarei pronto para batalhar...


... e não envolverei mais o coração onde não existir a razão!




FábioPinto


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

"... seja lá o que for! "

Vejo meu corpo desfalecer, sinto os ossos a apodrecer,  a carne e a pele a arder e a dilacerar tão agressivamente na rapidez da lentidão.

A tua ausência, dói, consome-me e mata, não de uma vez,  mas mata, aos poucos.

Sinto falta do teu beijo, da tua boca colada na minha, ou até mesmo sobre o meu sexo,
das tuas mãos a percorrer-me o corpo, e da sua malandrice, quando paravam sobre o meu abdómen e cravavas as tuas unhas, deixando marca ou até mesmo o punhas a sangrar, os teus dentes sobre o meu pescoço ou as minhas orelhas deixando-me fora de controlo, provocando arrepios, e excitado o meu corpo a todo instante.

Quero apalpar-te toda, quero sentir os teus seios nas minhas mãos.

Necessito do teu corpo, para o meu parar de desfalecer, preciso de ti,  para fazer amor ou sexo, seja lá o que for, ou o que quisermos que seja. 

Quero fazer-te vir junto a mim, quero ser novamente a loucura em ti que te provoca orgasmos e te faz gemer noite dentro, quero gemer contigo de prazer, prazer sem fim deste desejo insaciável que desencadiaste em mim das noites selvagens em que partilhamos os lençóis, o beijo, o corpo, o amor e o sexo.



FábioPinto









domingo, 24 de janeiro de 2016

" Levaste tudo! "

Não suporto a ideia de ter de ficar sem ti, não imaginas o quanto dói a tua ausência.

Luto todas as noites contra mim mesmo e até contra a própria noite onde me  perco na imensidão da cama, que outrora foi a nossa cama tão pequena para nós dois para tanta loucura e que, agora é grande de mais para mim.

Minhas mãos percorrem meu corpo lentamente procurando vestígios do teu corpo porém, em vão, levaste tudo assim que partiste, tudo.

Olho-me ao espelho e tento encontrar em mim a felicidade que um dia reinou aqui, neste espaço, neste saco de ossos e carne, sim, não passo disso, de um saco de ossos e carne, pronto para alimentar um matilha ou alcateia, tão faz, esfomeadas na ânsia de se alimentarem, tal como eu e tu que alimentamos um dia, este amor, tão esfomeado do desejo da fusão de dois corpos imperfeitos de onde resultava apenas a perfeição de um, um corpo, que hoje já não existe.

Tu partiste e nada deixaste, até o amor levaste contigo !


FábioPinto




quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

" Ainda... "

Revi hoje o nosso álbum, aquele que fizemos quando éramos um.

Recordei o teu doce sorriso, a tua voz, o teu olhar matreiro que me fez render a ti, o teu simples toque, até o teu perfume hoje me veio à recordação.

Revivi hoje, inúmeras vezes o jogo que nos envolveu e, enlouqueceu.

Sei que parece estúpido, estar aqui a falar assim, de ti, de mim, de nós mas, apesar de teres ido, eu ainda te amo, ainda há pedaços teus em mim.
Vejo o teu rosto espalhado em cada parede desta casa a cada amanhecer, oiço a tua voz serena a cada anoitecer.

Ainda te amo, com a mesma intensidade, de " ontem ", sei que não devia, mas ainda amo.

Tenho de seguir em frente porém, não posso viver nem seguir em frente sem que saias de mim por inteiro, porque enquanto " aqui estiveres " nem que seja apenas pela metade, eu continuarei a amar-te!


FábioPinto


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

" Tentei, juro que tentei. "

Não sei o que fiz antes, para estar agora assim.

Apenas eu e tu, silêncio ensurdecedor que me devora.

Baloiço entre a sombra e a luz.
Tento manter o equilíbrio, na escuridão, para não tropeçar e voltar a sangrar.

Não largo a corda que me prende mesmo sabendo que esta está prestes a rebentar.

Tentei, juro que tentei para que desse certo, para que eu e tu, tu e eu fossemos nós, passado, presente e futuro mas, não posso, sozinho não posso puxar a corda em dois lados ao mesmo tempo.

(...)

Quis dizer que não ao amor mas, não consegui, baloiçei entre a sombra e a luz, desiquilibrei-me na escuridão, tropeçei, cai e sangrei e mesmo sem querer larguei a corda.
Ainda fomos passado e presente ainda fomos " nós " mas, não chegamos ao futuro a corda rebentou, e eu fiquei aqui apenas contigo..., 

..., dor insuportável, silêncio ensurdecedor.  




FábioPinto


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Nosso fim.

A tua beleza, porta para a loucura.
Sorriso doce.
Toque suave que me endoideçe.
Beijo quente que me aquece.

Foi tudo o que quis de ti, simples amor, tão simples como quando somos pequenos e aprendemos a andar, tão simples como quando entramos na adolescência e temos tendência e curiosidade em experimentar tudo e mais alguma coisa, como um cigarro, uma cerveja e até mesmo um charro.
Tão simples como quando nos entregamos a alguém pele primeira vez julgando que vai ser eterno.

Vês, não é complicado o amor pois não?
Assim como morrer também não deve ser difícil, viver é que é difícil.

Quis tudo de ti, mas de uma forma tão simples e descomplicada mas, invés disso tive a porta para a loucura que me enlouqueceu, um sorriso carregado de veneno, um toque áspero que me enraiveceu e um beijo com sabor a traição.

Quis que fosse simples, mas tu, tu despertaste o monstro que há em mim, e agora não existe retorno possível, não há salvação. Tudo o que quis deixei de querer, tudo que era simples na adolescência virou rotina em mim.

Nunca quis que me desejasses e amasses pela metade, mas sim por inteiro.









FábioPinto

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Sei que mudei...



Não sei se é de mim,  ou talvez do tempo.
Desde que cheguei na esperança de te ver, sinto que tudo mudou,  nada faz sentido.

O céu cinzento, o frio que se faz sentir, que me arrepia o corpo, que me faz sentir como se estivesse despido. 

Não sei se sou eu, que mudei ou tu que me mudaste, mas sinto que não sou o mesmo, que já nada é igual.
O ar perdeu o cheiro que tinha anteriormente, as cores não fazem sentido nem conjugam umas com as outras, as pessoas parecem apenas pessoas. Corpos que se movimentam sem qualquer objectivo diário.

Não sei se sou eu, ou talvez tu que me fizeste crer em algo que nunca existiu, mas não me sinto mais o mesmo.

Desde que cheguei senti que nunca tinha cá estado, que tudo é estranho e completamente novo para mim.
Não sei, mas acho que fui mesmo eu que mudei, e já não sou o mesmo que era.

Hoje apenas tenho uma uma certeza no meio de tantas dúvidas. Certeza de que tu já não existes mais em mim.



FábioPinto 

domingo, 10 de janeiro de 2016

" entre o Inferno e o Paraíso "

Nem sempre a verdade é suficiente, há quem mereça mais.

O amor pode ser vivido de várias formas, vivido de forma invertida, do avesso, eu, eu fiz dele um puzzle, em que todos os dias montei uma peça até o puzzle estar completo.
Assim que o puzzle estiver pronto, desfaz-se e volta-se a montar.

Não julguem que o amor é apenas um mar de rosas, porque nele também se esconde um mar de espinhos e quando se mergulha num, obrigatoriamente mergulhamos no outro e, é mais que garantido que provemos o nosso próprio sangue.

In: " entre o Inferno e o Paraíso "

Brevemente o romance em que o certo nem sempre é certo e o errado nem sempre é errado.

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FábioPinto