sábado, 23 de abril de 2016

Desabafo!

Hoje, mais uma vez senti saudade de ti, mas principalmente de mim.
Apeteceu-me fazer a mala, arrumar meia dúzia de trapos, e ir, fugir daqui, desaparecer e não voltar até ao dia em que encontrar a parte de mim que levaste.

Sinto vergonha, em estar aqui a desabafar, a largar este desafo que me foge por entre os dedos e a caneta, que fica marcado nessa imensidão branca desta página de papel que de nada servirá, a não ser para me torturar num futuro próximo, num futuro distante, sei lá, sei que que será num futuro qualquer isso é certo. 

Sabes não é justo,  não deveria de valer, eu ficar assim, por ti, que já nem sequer existes em mim, e eu tentei, mas é-me impossível, levaste a essência, a parte que me faz mover, levaste o meu coração, deveria processar-te, mas não posso, perderia essa questão, porque não o roubaste, ele quis ir de livre e espontânea vontade contigo, levaste o amor, e eu fiquei apenas com a razão, a outra parte que me faz mover, caso tivessem ido as duas partes contigo,  eu estaria morto.
Não é justo percebes?

Hoje quero fazer a mala, ir, fugir, escapar de ti e não voltar!



FábioPinto

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Voltaremos a errar


Escolhi as palavras,  e tu o silêncio,  sempre por lados opostos, mas sempre no mesmo sentido.  

Ironia das ironias, da vida,  ou do destino,  seja lá qual delas for, ou até mesmo as três,  caímos sempre no mesmo erro de voltarmos ao ponto de chegada, ao ponto de partida, voltamos,  recomecamos, caímos e voltamos a cair, vezes e vezes sem conta nos braços um do outro.

O teu silêncio era ensurdecedor, as minhas palavras mudas.
Mesmo assim,  lá estava eu, lá estavas tu, lá estávamos nós, prontos para a entrega de dois corpos ensopados de sentimentos, perdidos e ansiosos de encontrar o sentido certo, a direcção certa a seguir, prontos para errar mais uma vez.

A mente dizia para não, o coração dizia que sim, a alma tentava entrar em acordo com a razão e o amor, para que eu,  para que tu, para que nós não voltasse-mos a colidir um no outro para que nossos corpos não balançassem mais uma vez,  entre o certo e o errado, entre o bem e o mal.

Não há mais espaço em minha pele, para uma nova cicatriz, assim como sei que na tua também não há e, a única solução plausível é criarmos cicatriz sobre cicatriz por mais doloroso que seja, por mais mal que nos faça, ambos sabemos que sabe bem.

Tanto eu como tu, por mais que evitemos, é inevitável, por mais que não queiramos, queremos sempre. 
Por mais que digamos não, sabemos que o significado desse não é sim, por mais que cerremos nossos lábios,  eles colidem a cada encontro, por mais que nos afastemos, mais nos atraímos, tal como a força que nos atrai e prende ao solo, também nós nos prendemos um ao outro mesmo sem querermos é incontrolável, o desejo é maior e sobrepõe-se ao controlo, a vontade é incasiavel e não conseguimos recuar, não há forma, não há maneira de conseguirmos de fugir ao destino,  ao que nos foi traçado sem pedirmos.  

Nunca houve hora do adeus, da despedida, foi sempre um até já, e nesse até já os nossos olhares cruzam,  penetram um no outro e tornam essa despedida num (re) encontro, impedido que o adeus sai das nossas bocas,  impedindo o tempo de avançar, impedindo de seguirmos em frente, ali paramos,  ali ficamos,  dali não saímos, e por mais que não queiramos, ali voltamos sempre, àquele momento,que se torna interminável repetitivo sem fim à vista como supostamente havíamos previsto.
Ali voltamos e ali nos tornamos imortais de paixão.

Escolhi sempre as palavras por mais que elas não saíssem,  por mais que tenham ficado estaladas, por mais mudas que tenham sido, e tu sempre o silêncio por mais silencioso que fosse era ensurdecedor. Escolhemos sempre lados opostos, mas sempre no mesmo sentido. Escolhemos sempre a distância, mas de distantes nada temos, optamos por fugir ao destino, mas ele prendem-nos e não há maneira de escapar, supostamente seria bom, mas ambos sabemos que de bom nada tem e, que nos faz mal tentar fugir ao que não tem fuga possível.

Voltaremos a cair vezes e vezes sem conta, sagraremos sempre em todas as nossas quedas e mesmo assim voltaremos ao ponto de onde tudo começou, mesmo que a direcção não seja a certa, mesmo que não seja, será esse o nosso fim o nosso final,  que de fim nada tem, voltar a errar nos braços um do outro vezes e vezes sem conta.  




FábioPinto

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Não quero nada de quem não ficou!

Hoje trago em mim a saudade, cravada na pele. 

Perdi-me por entre a multidão à procura de ti, mas a única coisa que trouxe comigo para casa hoje foi ela, essa maldita saudade, que se cravou na minha pele, que se apoderou de mim, sem permissão.

Não tenho culpa sabes.

Foi ela que veio e, que te trouxe de volta a mim, mas não foi a única, com ela, veio o teu perfume que a brisa trouxe enquanto a janela do meu quarto estava entreaberta como de costume antes de me deitar.

Tentei lutar contra ela e expulsa-la de mim, do meu corpo, da minha pele, mas ela não sai, não quer ir, pressiste e insiste em ficar .

Raios me partam,  raios a partam, estou a dar em doido, está a pôr-me louco.

Ela não vai, não quer ir e não te leva.

Odeio-a, tal como odiei quando tu foste e me deixaste aqui, arrasado,  desfeito em cacos como um vaso que quebra quando cai ao chão, porém amo quando ela traz de volta os momentos bons, os dias bons, tudo aquilo de bom que vivemos que tivemos, assim como te amei a ti.

Raios te partam saudade, vai, vai-te embora, com a brisa que trouxe o perfume e me fez voltar ao passado na ânsia de ter desejado que fosses presente em mim uma última vez.

Vai-te embora, porque eu, eu não quero ficar com nada,  não quero nada de quem não ficou!  


FábioPinto



domingo, 17 de abril de 2016

Continuo a lutar e não sei o porque!



Acreditando ou não, se me puxasses eu ia, se foi trágico o nosso amor, tu eras o meu remédio, se foi insano, tu eras a minha claridade, e sim desejei que não fosses parte de mim, mas foste, e se eu continuo a lutar?
Não, ou talvez sim, não sei, e nem sei o porque, de agora estar assim, a divagar feito louco.
Raios, estarei eu a ficar louco?
Porque pensar em ti agora?
Ao fim de tanto tempo?
Porquê agora?
Salvaste a minha alma de ficar na escuridão e mesmo assim arrastaste-a novamente para lá.
Eu, eu estava disposto a dar-te as estrelas, a lua, o sol, o vento e a chuva, pois todos eles eram testemunhas do meu amor.
Poderíamos ter governado o mundo se tivesses ficado a meu lado.
Tentei dizer-te tudo, mas tudo ficou por dizer, pedi, implorei, para que conseguisse dizer-te todas as palavras, mas não saiu nada foi em vão  e eu estava a desistir, de mim, de ti, de nós, as palavras insistiam em não sair, era difícil de mais falar, não havia escolha, não conseguias ouvir a minha voz, por mais alto que gritasse não ouvias, mas eu estava sempre a teu lado, e apesar de termos fugido das nossas vidas eu compreendi.
Dói, dói a cada dia que passou e passa, saber que estiveste e agora não estás, que és, que somos apenas memórias, presas no subconsciente e que em momentos de fraqueza e  fragilidade decidem pregar uma partida, e " aparecerem "  como quando alguém liga o interruptor da luz e ela acende logo.
Tentei fazer  com que visses, tentei fazer com que o teu brilho fosse mais intenso do que o próprio brilho de uma estrela cadente.
Foste fogo, foste gelo.
Desejei arder contigo no inferno se assim tivesse de ser.
Foste perfume em minha pele, sangue que em minhas veias correu, ar que respirei, foste o meu mundo.
Teu sorriso era mais que suficiente para mim, para me "alimentar".
Teu olhar era petrificante, paralisando qualquer um que para ti olhasse, pois eu fui um dos sortudos.
Ainda hoje me pergunto se isto é real, ou apenas uma fantasia?
Abro os olhos e vejo que é realidade e não há como escapar dela, por mais dura e cruel que seja, não há saída possível por mais que eu tente me afogar na ilusão a realidade resgata-me antes de meu último suspiro. 
Fui tolo ao pensar que poderia tocar o céu, em vez de enfrentar a verdade de uma vez por todas, e ver que acabou, o meu tempo chegou ao fim, já não sou quem fui, já não somos o que fomos.
Tenho de te deixar ir, arrepio-me só de pensar que não te irei ver mais,  mas é mesmo assim, hoje enfrento a realidade para não me perder por completo na ilusão.
És quem eu amo, mas tenho de dizer adeus.
Dói-me a alma, mas promete-me, promete-me apenas e nada mais me interessa, promete-me que te irás recordar, que por ti eu morreria de todas as formas possíveis e mesmo assim voltaria sempre a viver.





FábioPinto

Eu, tu e, elas aliadas contra mim!



Hoje enquanto a chuva desaba sobre as ruas da cidade, sobre a janela do meu quarto, lembrei-me de ti, de mim, de nós, deitados sobre a cama, a olharmos um para o outro, num daqueles momentos nossos de intimidade, de cumplicidade.

Não imaginas a vontade que tive de agarrar no telemóvel, e escrever um texto e mandar-te. Mas não consegui, e fiquei encostado à janela a olhar a chuva cair.
Não chovia apenas na rua, mas no meu rosto também parecia que chovia, a lembrança de ti era tão forte, a tua ausência tão presente.

Tremiam-me as pernas, as mãos e todo o meu corpo. A saudade apoderou-se do meu ser e, hoje trouxe-te até mim.
Raios, não queria, mas aconteceu, tanto a chuva como a saudade uniram-se hoje, e lembraram-se de te trazer á memória enquanto eu ainda batalho para te esquecer.

Lembrei-me do teu toque, do teu perfume, dos teus lábios, deve ser por isso que meu corpo treme, por falta do teu.
Lembraste dos dias de chuva em que ficávamos em casa?
Deitados na cama? Por vezes nem falávamos, ali estávamos deitados, juntos um ao outro e isso era suficiente, para me sentir, seguro e protegido, e nessa altura sabia que não precisava de mais nada a não ser da tua presença.
Queria tanto conseguir esquecer-te, tanto, mas a chuva hoje não permite, não me deixa.

Jurei e jurei-te desde o dia em que foste embora que não daria parte fraca, que seria forte o suficiente para seguir em frente e deixar-te no passado, mas a verdade, não é essa, não consigo e não estava pronto sequer para te jurar e seguir com essa jura avante, não estava e ainda hoje não estou pronto. Quero puder deixar-te no passado, porém a chuva arrasta-te para o presente impedindo que vires passado, impedindo que siga em frente sem ti.

Jurei-te e não devia eu sei.

Existe apenas uma certeza e nessa certeza te posso jurar que enquanto a chuva e a saudades forem aliadas e te arrastarem para o presente, jamais conseguirei seguir em frente sem ti, não irei conseguir fazer com o que jurei anteriormente, e peço desculpa por isso, por não conseguir, mas eu sou apenas um a batalhar contra elas, e sinceramente começo a achar que já perdi a batalha.


FábioPinto 

sábado, 9 de abril de 2016

A minha última carta para ti.



Amor...
Fui sair com os meus amigos, como tu me dizias para o fazer, mas não consegui, não aguentei muito tempo fora de casa e voltei, tranquei-me no quarto como fazia últimamente, era essa a minha rotina, todos os dias aquela hora, à 1:25 da madrugada.

Sentei-me no chão do quarto encostado à cama, tirei o maço de cigarros e o esqueiro do bolso das calças puxei de um cigarro e, acendi em tua memória.

Comecei a fuma-lo e reparei que o fumo ao fim de segundos desaparecia do ar, talvez por a janela do quarto estar aberta e com corrente de vento que se fazia sentir ele evaporava, não sei.
Vi a cinza cair sobre o chão, e não me importei minimamente, notei que o cigarro desapareceu ao fins de uns minutos não sei quem fumou mais, se fui eu ou o vento...,

...,e tentei perceber.

Fui eu que te deixei ir ou foste tu que desapareceste ao fim de algum tempo, deixando apenas feridas para eu sarar, se é que alguma vez imaginei que elas pudessem sarar?

Tal como o cigarro também tu desapareceste, tal como ele que me deixou a boca amarga, também tu fizeste com que eu ficasse amargo com a tua ausência e essa é a única certeza que tenho comigo neste mar de incertezas constante que me atormenta a cada noite que passa.

Só de pensar que estivemos tão perto de tocar o céu, e tu evaporaste assim do nada sem explicação possível, só de imaginar que poderíamos ter sido como o sol e a lua,  eternos amantes apaixonados.
Imaginei tanto esse momento mas, ao fim de algum tempo apercebo-me que afinal não, não fomos, nem seremos, como eles, não tivemos nem longe, nem perto de o ser.

Estivemos a um, dois passos de transcender a loucura, todos os limites possíveis e imaginários, de quebrar barreiras que seriam inquebraveis, mas com o nosso amor seriam quebraveis, tornariamos o impossível em possível, o imaginário em realidade, e a sombra/escuridão em luz, contudo eu próprio, tu mesma, nós, tornei-me, tornaste-te, tornamo-nos impossível, apenas imaginário e sombras/escuridão.

Não transcendemos a loucura, ela é que nos transcendeu a nós, passou-nos a perna e, não quebramos as barreiras que seriam inquebraveis, tornamo-las completamente inquebraveis.

Não conseguimos tocar o céu, pois esse ficou-nos cada vez mais distante e impossível de alcançar.

Vês amor, sim ainda te trato por amor eu sei que não devia mas, é mais forte do que eu, tal como um cigarro, também nós somos apenas e únicamente cinza agora e, hoje restam apenas cicatrizes das feridas que julguei jamais sarar deste amor, que evaporou com a corrente de ar, como o fumo daquele cigarro que fumei em tua memória.

FábioPinto.


domingo, 3 de abril de 2016

Não te quero, não estou pronto!

Não sei se te quero,  ou se és tu que não me encontras.
Não sei se estou pronto, ou se és tu que continuas à procura.

Não sei se quero voltar a cair, sangrar, levantar,  voltar a cair, voltar a sangrar, voltar a levantar até a alma rasgar.

Não sei de ti, e não sei se quero saber.

Não quero cicatrizes em mim, não mais.
Não quero andar feito louco lunático para depois voltar a ficar só, não sei se voltarei a ficar assim, louco lunático mas não quero.

Não me procures por favor, eu não quero.
Não o faças, não estou pronto para te abraçar novamente.

Não me quero viciar como se de uma droga se tratasse, não quero ficar dependente outra vez.

Não marcarei a minha pele outra vez, com a tua marca, não quero o teu perfume, fundido em mim cravado na minha pele como tatuagem, não quero.

Não iria suportar outra vez a solidão, a ausência, não iria ultrapassar, e sei que a saudade iria dar cabo de mim,  iria torturar o meu olhar e a minha mente, cada vez que se lembrasse de lembrar de ti,  minha garganta iria secar,  dar nó e as palavras não iriam sair, o ar não iria entrar eu não respiraria e provavelmente morreria na tua ausência.  

Não te quero amor, não quero amar.  
Não me procures,  não tentes, porque eu...,
...,eu não estou pronto.  




FábioPinto