domingo, 17 de abril de 2016

Eu, tu e, elas aliadas contra mim!



Hoje enquanto a chuva desaba sobre as ruas da cidade, sobre a janela do meu quarto, lembrei-me de ti, de mim, de nós, deitados sobre a cama, a olharmos um para o outro, num daqueles momentos nossos de intimidade, de cumplicidade.

Não imaginas a vontade que tive de agarrar no telemóvel, e escrever um texto e mandar-te. Mas não consegui, e fiquei encostado à janela a olhar a chuva cair.
Não chovia apenas na rua, mas no meu rosto também parecia que chovia, a lembrança de ti era tão forte, a tua ausência tão presente.

Tremiam-me as pernas, as mãos e todo o meu corpo. A saudade apoderou-se do meu ser e, hoje trouxe-te até mim.
Raios, não queria, mas aconteceu, tanto a chuva como a saudade uniram-se hoje, e lembraram-se de te trazer á memória enquanto eu ainda batalho para te esquecer.

Lembrei-me do teu toque, do teu perfume, dos teus lábios, deve ser por isso que meu corpo treme, por falta do teu.
Lembraste dos dias de chuva em que ficávamos em casa?
Deitados na cama? Por vezes nem falávamos, ali estávamos deitados, juntos um ao outro e isso era suficiente, para me sentir, seguro e protegido, e nessa altura sabia que não precisava de mais nada a não ser da tua presença.
Queria tanto conseguir esquecer-te, tanto, mas a chuva hoje não permite, não me deixa.

Jurei e jurei-te desde o dia em que foste embora que não daria parte fraca, que seria forte o suficiente para seguir em frente e deixar-te no passado, mas a verdade, não é essa, não consigo e não estava pronto sequer para te jurar e seguir com essa jura avante, não estava e ainda hoje não estou pronto. Quero puder deixar-te no passado, porém a chuva arrasta-te para o presente impedindo que vires passado, impedindo que siga em frente sem ti.

Jurei-te e não devia eu sei.

Existe apenas uma certeza e nessa certeza te posso jurar que enquanto a chuva e a saudades forem aliadas e te arrastarem para o presente, jamais conseguirei seguir em frente sem ti, não irei conseguir fazer com o que jurei anteriormente, e peço desculpa por isso, por não conseguir, mas eu sou apenas um a batalhar contra elas, e sinceramente começo a achar que já perdi a batalha.


FábioPinto 

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